Imagine a seguinte situação: você dedica anos de estudo e investimento à sua clínica odontológica. Agenda novos pacientes, entrega tratamentos de ponta, mas chega ao fim do mês e sente que a conta não fecha. A dúvida surge: afinal, quanto de tudo que entra realmente sobra?
Na Odonto Results, convivemos todos os dias com esse tipo de pergunta. Sabemos que a saúde financeira da clínica não está só em vender mais, mas em entender, com precisão, qual é a verdadeira margem de lucro nos tratamentos. Não é raro conhecer gestores e dentistas que definem preços e promoções quase por intuição. E o risco disso é grande: errar a precificação pode, não só comprometer os lucros, mas também a viabilidade do negócio no longo prazo.
Como especialistas em marketing, gestão e diagnóstico financeiro para o setor odontológico, defendemos sempre: tome as decisões com base em números reais, não em achismos. Por isso, neste artigo, trazemos um guia prático, didático e embasado para você calcular a margem de lucro real dos seus tratamentos. Mais do que uma conta simples, trata-se de uma estratégia de sobrevivência – e de crescimento.
Menos achismo, mais controle financeiro. Esse é o caminho das clínicas que batem recorde de faturamento.
O que é margem de lucro real?
Antes de aprender o cálculo em si, precisamos esclarecer o conceito. Afinal, para que serve esse número? Simplificando, a margem de lucro real é o percentual do dinheiro que entra, depois de descontados todos os custos diretos e indiretos, que realmente vira lucro do negócio. É diferente – e muito mais importante – do que olhar apenas o valor de venda menos o gasto com material.
Por isso, margem de lucro real não é “sobrou um pouco no fim do mês”, é um indicador preciso, baseado em todos os custos que envolvem cada tratamento. E por que isso é tão relevante? Porque, quando calculada corretamente, ela proporciona a visão exata de quanto o negócio gera para re-investimento, crescimento e para a remuneração do dentista e sócios.
É comum encontrarmos clínicas que acreditam ter uma margem saudável, mas, ao incluir custos indiretos (salários, tributos, marketing, energia, aluguel), enxergam que o resultado encolhe drasticamente.
Margem bruta x margem líquida: não confunda
Outro ponto que costuma causar confusão: margem bruta não é margem líquida. A bruta considera apenas o faturamento menos os custos diretos (materiais, laboratório, comissão imediata). Já a líquida, desconta também todos os custos fixos e variáveis, inclusive gastos administrativos, impostos, depreciação e até marketing. O que interessa para a decisão estratégica? Sempre a margem líquida. Ela mostra se o negócio está – ou não – gerando caixa de verdade.
Olhar só para o dinheiro do procedimento é perigoso. O que importa é o que sobra depois de tudo pago.

Por onde começar: conheça seus custos
Pode parecer básico, mas é aqui que quase todos erram. Para calcular a margem de lucro real nos tratamentos odontológicos, não tem atalho: é preciso mensurar todos os custos envolvidos. Divida-os em dois grandes grupos:
- Custos Diretos: aqueles ligados diretamente ao procedimento (materiais, laboratório, honorários do dentista, instrumentação, esterilização específica).
- Custos Indiretos: despesas que mantém a clínica funcionando (aluguel, salários de recepção e limpeza, energia, água, internet, marketing, softwares, impostos, manutenção, depreciação de equipamentos etc.).
Esses custos variam conforme o porte da clínica e da equipe. O Ministério da Saúde indica valores de referência para implantação e manutenção de Centros de Especialidades Odontológicas (CEO), que podem ser usados como parâmetro. Segundo os incentivos oficiais, os custos mensais operacionais giram de R$ 23.100,00 (CEO Tipo I) a R$ 53.900,00 (CEO Tipo III).
Exemplo de custos diretos em um procedimento
- Consultório de Endodontia: material anestésico (R$ 8), agulhas, limas, solução irrigadora, cones de guta-percha, resinas, luvas, papel, EPIs (R$ 30), embalagem esterilização (R$ 5), manutenção e desgaste dos equipamentos (R$ 10), laboratório (R$ 30), honorário do dentista (R$ 70). Total: R$ 153.
Esse custo pode variar, considerando preços de insumos que seguem editais públicos – por exemplo, condicionador dental a R$ 139,96 por seringa e resina composta a R$ 600,00 por unidade – e também segundo tabelas de honorários, como a da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (R$ 220,00 para endodontia de quatro condutos).
Custos indiretos: como ratear corretamente?
Esses são os mais difíceis de calcular. O que sugerimos? Rateie proporcionalmente o valor mensal de cada gasto indireto pelo número de atendimentos realizados. Por exemplo, se a conta de energia da clínica é R$ 600,00 e você faz 120 atendimentos por mês, seu custo médio por paciente é R$ 5.
- Aluguel: R$ 3.000,00 / 120 atendimentos = R$ 25 por paciente
- Recepcionista: R$ 2.000,00 / 120 = R$ 16,66 por paciente
- Marketing: R$ 1.500,00 / 120 = R$ 12,50 por paciente
- Softwares de gestão: veja comparação em soluções para clínicas odontológicas
Pode parecer trabalhoso, mas o impacto no resultado é enorme. Custos indiretos, se não medidos, devoram a margem de lucro de qualquer clínica.
Tudo deve entrar na conta. Não subestime despesas pequenas: juntas, fazem diferença.
Como calcular a margem de lucro real: passo a passo
Vamos à fórmula prática. Você precisa de três números: faturamento do procedimento, custo direto e custo indireto por procedimento.
- Some todos os custos diretos do procedimento.
- Some o custo médio (ou rateado) dos custos indiretos para aquele tratamento.
- Some os dois e obtenha o custo total do procedimento.
- Subtraia esse valor do preço de venda.
- Divida o lucro pelo preço de venda e multiplique por 100. Esse é o percentual da margem de lucro real.
Exemplo simples:
- Preço cobrado por uma prótese: R$ 1.500,00
- Custo direto (laboratório + material + honorário): R$ 900,00
- Custo indireto rateado: R$ 100,00
- Custo total: R$ 1.000,00
Margem de lucro real = [(1.500 - 1.000) / 1.500] x 100 = 33,33%
Simples, certo? Mas só funciona se todos os custos envolvidos forem incluídos nessa conta.

Quais custos entrar realmente na conta?
Deve-se considerar todos os custos que são necessários para a realização do procedimento e para manter a clínica viva. Inclua sempre:
- Materiais odontológicos descartáveis e permanentes (insumos, resinas, anestésicos, instrumentais, reparos, manutenção, depreciação de equipamentos).
- Honorários da equipe diretamente envolvida (dentista, assistentes, técnicos).
- Custos de laboratório (prótese, placa, alinhadores etc.).
- Despesas administrativas rateadas.
- Despesas com marketing, aquisição de clientes e ferramentas de gestão.
- Tributação: IRPJ, CSLL, ISS, Simples, INSS do pró-labore (dependendo do regime da clínica).
- Custo de financiamentos ou parcelamento ao paciente, se utilizado.
Os custos de marketing odontológico costumam ser subestimados, mas impactam diretamente na aquisição de pacientes e precisam ser rateados.
Como saber o preço de mercado: referências confiáveis
Para não errar para cima – nem para baixo – use como fontes tabelas de referência, editais públicos e estudos regionais. A própria tabela de honorários odontológicos da ALMG ou orçamentos de prefeituras mostram valores de mercado reais.
Aliás, estudos do Brasil Sorridente revelam que só 3,5% das especialidades odontológicas do país estão no SUS. Isso abre muito espaço para clínicas privadas ofertarem serviços especializados, de maior valor e margem.
Especialização e diferenciação aumentam a margem real. A concorrência por preço força a margem para baixo.
O papel dos indicadores: monitorando e corrigindo o rumo
De nada adianta calcular a margem de lucro uma vez e esquecer do assunto. Na Odonto Results, defendemos a gestão baseada em indicadores recorrentes, integrando nosso CRM a dashboards que mostram, em tempo real, dados do funil (MQL → Agendado → Compareceu → Fechou) e do financeiro.
Um número importante, por exemplo, é a razão entre tratamentos concluídos e primeiras consultas programáticas, métrica que oscila entre 0,21 e 0,89 no país. Interpretar essa taxa ajuda a identificar se há perda de oportunidades e a ajustar estratégias para elevar, não só o volume de procedimentos, mas a lucratividade deles.
Além disso, monitorar valores pagos pelos insumos e laboratórios, renegociar contratos e priorizar tratamentos de maior margem são ações que podem fazer a diferença no resultado final da clínica.
Como aumentar a margem de lucro em tratamentos odontológicos?
Aqui entra nossa experiência prática. Não basta cortar custos a todo momento; crescer a margem depende, também, de elevar o ticket médio, a taxa de conversão, o comparecimento nas consultas e a recompra/referência dos pacientes.
Algumas estratégias:
- Segmentar o mix de tratamentos, apostando em procedimentos de maior valor agregado e recorrência.
- Investir em marketing odontológico orientado a resultado: nossa metodologia comprovada garante geração consistente de leads qualificados.
- Reduzir taxas de faltas e aumentar o comparecimento dos agendamentos com rotinas claras e comunicação ativa (central CRC e IA de agendamento).
- Automatização do relacionamento e follow-up com ferramentas integradas, como nosso CRM completo.
- Posicionamento estratégico no Google Maps e SEO local, ampliando o volume de buscas direcionadas.
- Rastrear individualmente o custo por paciente adquirido e ajustar campanhas conforme o retorno real.
Vale destacar que outras agências do mercado podem oferecer soluções pontuais, mas nenhum competidor entrega um sistema tão integrado quanto a Odonto Results – que une captação, CRM, conteúdo, agendamento inteligente e relatórios claros para guiar decisões sobre precificação e lucratividade.
Não é “gastar menos”, é investir melhor. Controle e inteligência aumentam o lucro real.

Desafios práticos: erros mais comuns no cálculo
Durante consultorias e diagnósticos personalizados, notamos os erros mais frequentes:
- Deixar de fora custos pequenos (EPIs, descartáveis, marketing digital, manutenção de site, mensalidade de CRM, taxas de cartão/financiamento).
- Considerar apenas a margem bruta, sem apurar custos indiretos.
- Ignorar impostos e encargos trabalhistas embutidos.
- Calcular margens estimando uma média mensal, e não fazendo análise individual por procedimento.
- Desconhecer o impacto de descontos, promoções e inadimplência na “sobra” real.
- Ficar dependente de um ou poucos procedimentos (“golden procedure effect”).
- Confundir fluxo de caixa com lucro (entradas e saídas do mês não refletem o resultado real).
No longo prazo, esses pequenos descuidos prejudicam o planejamento, levam a investimentos errados e à falsa ideia de saúde financeira.
Como tecnologias e softwares ajudam a calcular melhor
Hoje, a tecnologia não só facilita esse cálculo, mas o torna acessível e preciso. Softwares de gestão odontológica modernos proporcionam dashboards de custos, integração com agendas, ferramentas de CRM, controle financeiro em tempo real e comparação com benchmarks de mercado.
Criamos recentemente um conteúdo sobre os principais softwares de gestão para clínicas, mostrando funcionalidades, preços e critérios para escolha. Um bom sistema permite:
- Agendar e medir cada etapa do funil comercial e do tratamento.
- Registrar custos de cada item e procedimento (direto e indireto).
- Emitir relatórios detalhados por período, profissional, tipo de tratamento ou unidade.
- Prever sazonalidades e organizar projeções financeiras baseadas em dados reais.

O papel do marketing na margem de lucro odontológica
Outra dúvida recorrente é: “o investimento em marketing deve entrar no cálculo?” A resposta é sim. É o marketing que viabiliza o fluxo de pacientes, faz girar a cadeira e torna sustentável o crescimento. Por isso, na definição de estratégias para tratamentos de alto valor, sempre sugerimos projetar o custo médio de aquisição de paciente junto aos custos do procedimento.
Quem sabe quanto custa para adquirir cada paciente, sabe exatamente onde e quanto crescer.
Periodicamente revise margens e reajuste preços
Em um mercado competitivo e dinâmico, margens precisam ser revistas a cada ciclo de custos, reajustes salariais, novos tributos, mudanças em tabelas de insumos e laboratórios. Use referências atualizadas de mercado, monitore autoridades setoriais e conte com métodos que se adaptem rapidamente à nova realidade.
Exemplo: a variação nos preços do condicionador dental de R$ 139,96 por seringa e da resina composta a R$ 600,00 (dados de licitações públicas) mostra o quanto os custos podem oscilar e impactar a margem se não forem acompanhados de perto.
Conclusão: transforme números em decisões estratégicas
Calcular a margem de lucro real em tratamentos odontológicos é fundamental para garantir saúde financeira, crescimento sustentável e a tomada de decisões conscientes sobre onde investir, quais procedimentos ampliar, onde ajustar preços e como competir. Não é só uma conta no papel: é o diferencial das clínicas que prosperam no médio e longo prazo.
Como já mostramos ao longo do texto, esse cuidado começa no registro rigoroso dos custos, passa pela definição estratégica dos preços e chega até a análise contínua do funil comercial e financeiro, com apoio de tecnologia e marketing inteligentes. A Odonto Results é referência nesse processo, porque entregamos uma solução realmente integrada, da captação ao fechamento da venda, facilitando o crescimento do seu negócio.
Se você quer sair do “achismo” e finalmente saber o quanto cada tratamento gera de verdade em lucro, conte com nossa equipe. Encare o desafio de transformar a margem real em recordes de faturamento. Agende uma vídeo chamada de diagnóstico e veja, na prática, como melhorar o resultado financeiro da sua clínica odontológica.
Perguntas frequentes sobre margem de lucro em tratamentos odontológicos
O que é margem de lucro real?
Margem de lucro real é o percentual do faturamento de cada tratamento que efetivamente sobra para a clínica após descontar todos os custos diretos e indiretos, incluindo insumos, salários, impostos, aluguel, marketing e outros gastos necessários ao funcionamento do negócio. É diferente da margem bruta, pois considera todas as despesas envolvidas.
Como calcular a margem de lucro?
Para calcular a margem de lucro real, some todos os custos diretos e indiretos relativos ao procedimento, subtraia esse valor do preço de venda e divida o resultado pelo próprio preço de venda. Multiplique por 100 para obter o percentual. A fórmula é: [(Preço de venda – Custos totais) / Preço de venda] x 100.
Quais custos devo considerar no cálculo?
Você deve incluir todos os custos necessários para realizar o tratamento e para manter a clínica funcionando: materiais e insumos odontológicos, honorários, custos de laboratório, despesas administrativas, marketing, impostos, salários, aluguel, água, energia, softwares de gestão, depreciação de equipamentos e taxas de parcelamento/financiamento.
Vale a pena calcular margem de lucro?
Sem dúvida! Calcular a margem permite identificar se o preço está adequado, evitar prejuízos, planejar investimentos e crescer com segurança. Clínicas que não acompanham a margem real costumam subestimar custos e correm o risco de comprometer o caixa ou até fechar as portas.
Como aumentar a margem de lucro odontológica?
É possível aumentar a margem segmentando serviços de maior valor, reduzindo custos desnecessários, automatizando a gestão, investindo em marketing eficiente, melhorando a taxa de comparecimento e revisando periodicamente preços e condições de negociação. Ter indicadores claros e contar com uma equipe integrada é fundamental.